Aprenda como trabalhar a logística reversa corretamente na empresa
Já ouviu falar a respeito da logística reversa? Esse é um conceito que está se tornando cada vez mais popular no Brasil, em razão das amplas vantagens que são garantidas às transportadoras e aos proprietários de frotas que o implementam.
Apesar de ser relacionar com a logística convencional, a logística reversa apresenta uma série de particularidades. Por essa razão, nem todos os profissionais da área sabem como aplicar essa medida no campo prático, o que os impede de usufruir de todos os benefícios dessa estratégia.
Diante dessa realidade, preparamos este artigo para tratar melhor sobre o tema logística reversa, mostrando a você como trabalhar esse conceito de forma mais eficiente na sua empresa. Acompanhe!
O que é logística reversa, por que fazê-la e quais são seus tipos?
Também chamada de logística inversa, esse conceito diz respeito a um mecanismo que objetiva garantir o descarte adequado de embalagens e de materiais após a venda de produtos. Na prática, em vez de encaminhar esses itens para os lixões, por exemplo, os caminhões levam para operadores ou cooperativas de reciclagem.
Essa é uma ferramenta importante para auxiliar no desenvolvimento sustentável e na preservação do meio ambiente, garantindo um futuro de qualidade para as próximas gerações. Afinal, a sustentabilidade é um dever tanto das empresas como de seus consumidores, por isso elas buscam formas de engajar os consumidores a contribuírem com a prática.
Além da melhoria ao meio ambiente, ainda há outros benefícios que são aproveitados pelas empresas que aplicam a logística reversa, como:
- melhor imagem no mercado: a organização pode explorar ações de marketing e gerar uma publicidade positiva ao enfatizar que realiza a logística reversa e contribui para o desenvolvimento sustentável;
- engajamento dos clientes: as pessoas estão cada vez mais engajadas em ações sociais. Por isso, as ações de logística reversa podem gerar um vínculo mais forte com seu público;
- economia: se viável, é possível retornar materiais para seu próprio estabelecimento e reaproveitá-los, reduzindo seus custos com aquisição de novos bens;
- modernização do negócio: será necessário usar tecnologias que aumentem a eficiência logística, o que beneficiará outras operações da empresa.
Ressalta-se que existem diferentes tipos de logística reversa que podem ser praticados no Brasil. Os principais deles são:
- pós-consumo: são buscados produtos descartados depois de uma compra;
- pós-venda: é a devolução de produtos que não atenderam as expectativas dos clientes;
- reuso: é um sistema que objetiva revender produtos devolvidos pelos consumidores;
- engenharia reversa de bens inservíveis: componentes de embalagens ou produtos são separados para reciclagem.
Quais são as principais dicas para aplicar a logística reversa?
Há técnicas específicas que devem ser aplicadas para evitar gargalos no procedimento e garantir que ele seja eficaz. Conheça algumas delas a seguir!
Determine as políticas de retorno das mercadorias
Primeiro, deve-se criar uma política que traz todas as diretrizes, normas, funcionamento e outros aspectos relacionados à logística reversa. Exemplos de informações que devem estar no documento são:
- objetivo principal da política;
- quais resíduos se tornam perigosos e devem ter destinação adequada;
- como os materiais serão buscados pela empresa ou enviados pelos clientes;
- quais são as compensações oferecidas pelos consumidores;
- os locais em que os materiais serão levados;
- quais bens serão retornados à empresa para reaproveitamento; entre outras.
Alinhe os processos
Os processos da empresa precisam estar alinhados com a política de logística reversa criada. Para isso, é relevante que o documento seja feito de acordo com as características próprias da sua frota ou empresa, o que permitirá que o negócio o siga sem prejuízos.
Após, é preciso elaborar um planejamento para implementar o procedimento na rotina corporativa. Ele pode criar um cronograma que defina o início e o fim de todo o processo, designar um profissional ou equipe responsável, estabelecer um período de testes e o orçamento necessário para efetuar as etapas.
Conheça a legislação
Existem leis que tratam especificamente da logística reversa e devem ser seguidas pelos gestores de empresas e proprietários de frotas que realizarão o processo. As normas são:
- Lei nº 12.305/10: Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS);
- Lei nº 7.802/89: trata da pesquisa, produção, experimentação, transporte, armazenamento, comercialização, importação, exportação e outras operações relacionados a resíduos, embalagens e agrotóxicos;
- Lei nº 9.974/00: altera e complementa a Lei nº 7.802/89;
- Decreto nº 10.388/20: institui sistema de logística reversa para medicamentos domiciliares e de uso humano;
- Decreto nº 4.074/02: regulamenta a Lei nº 7.802/89;
- Decreto nº 7.404/10: regulamenta a Lei nº 12.305/10;
- Decreto nº 9.177/17: complementa o decreto nº 7.404/10;
- Decreto nº 10.240/20: complementa o decreto nº 9.177/17.
Ainda há as Resoluções nº 5.848/19 e nº 5.232/16 da ANTT, bem como as resoluções nº465/14, nº 401/08, nº 416/09 e nº 362/05 do CONAMA.
É importante saber que a logística reversa é obrigatória para empresas listadas no artigo 33 da Lei nº 12.305/10. Basicamente, são os importadores, distribuidores, comerciantes e fabricantes dos seguintes bens:
- agrotóxicos;
- baterias e pilhas;
- componentes de produtos eletroeletrônicos;
- lâmpadas fluorescentes, de luz mista, de vapor de sódio e mercúrio;
- óleos lubrificantes;
- pneus.
Treine e capacite a equipe
Não basta que apenas o gestor ou proprietário da frota saiba como fazer a logística reversa. Como serão os colaboradores, motoristas e outros profissionais que realizarão a operação, eles precisam ser treinados e capacitados para realizá-la adequadamente.
Primeiro, eles precisam ser instruídos sobre a política de logística reversa. Para isso, faça cópias do documento e as entregue aos colaboradores, faça reuniões explicando seus detalhes e esteja à disposição para solucionar dúvidas. Também é possível investir em cursos e treinamentos de logística reversa à sua equipe.
Crie um canal de atendimento
É necessário deixar um canal de comunicação aberto tanto para os motoristas e funcionários como os clientes, assim eles poderão retirar quaisquer dúvidas que tiverem em relação à logística reversa. O atendimento fornecido também precisa de qualidade e rápido, caso contrário o usuário desistirá de usar o canal e incorrerá em erros.
Conte com uma empresa parceira
Há empresas que auxiliam donos de caminhões a solucionarem suas necessidades em relação à regularização, logística e outras questões. Nesse sentido, contar com o apoio de uma empresa parceira especializada, sem dúvida, é um diferencial bastante relevante na hora de implementar a logística reversa.
Por isso, vá em busca de empresas sérias, capazes de oferecer soluções para um transporte mais inteligente, conectado e sustentável, em conformidade com as melhores práticas do mercado.
Hoje, por exemplo, já existem softwares que fazem o acompanhamento e a análise de desempenho de caminhões. No mesmo sentido, existem empresas que treinam motoristas e oferecem planos de manutenção da frota em conformidade com os requisitos do fabricante e muito mais.
Use a métrica adequada
O proprietário ou gestor da frota deve aplicar a métrica chamada “Período do Ciclo de Logística Reversa”, que mede o tempo decorrido entre a identificação da carga ou produto até o encaminhamento para o destino correto. Caso o tempo seja muito longo, é importante tomar medidas para tornar o processo mais eficiente.
Apesar de ser uma obrigatoriedade para determinados ramos empresariais, é recomendado que todo gestor ou proprietário de caminhões invista na logística reversa, pois esse mecanismo trará inúmeros benefícios a ele. Porém, é crucial ter o apoio de uma parceira especializada para garantir que tudo corra da melhor maneira possível.
Que tal melhorar ainda mais a gestão de sua frota? Confira nosso conteúdo que explica as melhores medidas para reduzir os custos de logística!